Nova estação
Chove, chove e chove
Desesperadamente.
É o sinal do novo tempo.
Num dia frio de março
O outono já secou
As flores da alma.
Um silêncio absurdo
Envolve a solidão.
Deus risca seu fósforo
E muda os móveis de lugar.
A goteira pinga suavemente
Sobre a lata velha no quintal.
Chuva quando cai no telhado
Dá um sono tão bom...!
Faz pobre dormir
E sonhar com a vida.
Ivo Pereira
Do livro rabiscos marginais (1974/1984, Ituiutaba/MG), no prelo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário