sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Fotos do lançamento de meu livro dreamantina em Diamantina.
















segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Fotos do lançamento do livro dreamantina!






domingo, 2 de novembro de 2014



O autor Ivo Pereira e a Pouso da Chica 
convidam para o lançamento do livro

"dreamantina: roteiro poético-afetivo"

Resultado de um Projeto Colaborativo entre amigos, empresas e Organizações Não-Governamentais do Brasil e exterior.

Apresentações musicais com Ivo Pereira, Reginaldo Cruz e outros convidados. Performances de trechos do livro 
com o Grupo de teatro Dreamantina 

Data: 29 (sábado) de novembro.
Horário: a partir das 19h 
Local: Pouso da Chica
Rua Macau de Cima, nº 115 – Centro – Diamantina - MG.
Localização: perto do Conservatório Lobo de Mesquita. 
Maiores informações: (38) 3531- 6190.

A entrada para o evento é gratuita 
e o livro estará à venda por R$ 30,00.
Para outras cidades, esse valor mais despesas de correio.

Depois do lançamento o livro será encontrado 
na Livraria Espaço B, Beco da Tecla e na Minhas Gerais, 
rua da Quitanda, em Diamantina.
Ou por e-mail: ivopereiras@gmail.com

Um site será criado futuramente para vender o livro online, por enquanto só nos locais de venda divulgados e através do e-mail acima.

Obs.:

Os livros comprados antecipadamente por parceiros residentes em Diamantina serão entregues no dia do lançamento em Diamantina.

Os de Belo Horizonte serão entregues no dia do lançamento:



13/12 (sábado): Lançamento do livro em Belo Horizonte,
com leitura de trechos do livro e performances de Ivo Pereira ao violão solo.
11 às 14Hs
 Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte. 
Rua Carangola 288, térreo - Santo Antônio - Belo Horizonte/MG.

Os de outras cidades serão entregues via correio. 

Contamos com a presença de todos! Obrigado!

Ivo Pereira

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A arte telúrica de Adriana Reis





Mandala



Costelinha com Pequi



São Jorge



Santa Cruz




A artista Adriana Reis participa de exposições, 
individuais e coletivas, 
em salões desde 1987, 
expõe suas pinturas e objetos em vários estados.
Em diversos momentos ministrou oficinas em Festivais de Arte. 
Seu ateliê é em Diamantina.
atelieadrianareis.blogspot.com

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Milho verde



Igreja do Rosário
delicado cemitério
fascinante paisagem
a sombra do Itambé
arbusto rasteiro
mágico momento
lá no horizonte
a primeira estrela.
Lajeado vai pro mar
sempre-viva
sempre bela
sabiá canta a manhã
por do sol
abraça a vida.
Lá no céu
de muito longe
estrela cadente
grama verde
casa calhada
mãos sofridas
paredes de tabatinga
telhas antigas
um belo sonho
olhos de anjo
no silêncio profundo

encantado lugarejo.

Do livro Paisagem mineira (1995).


a cabeça fria do cometa azul
retratos de outros tempos, pairando sob a cabeça fria do cometa azul, poemas antigos recuperados das caixas de papelão, entulhadas de rabiscos em fundo de gavetas velhas, resgatados da memória num passado muito distante, mas vivo, nas lembranças de um menino invisível pro mundo, que buscava com medo o outro lado da rua, refugiando-se nos livros guardou em seu frágil coração aqueles papéis amassados e na alma as asas de suas primeiras poesias.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Diamantinar





Vira e mexe
o tema volta,
um grude em mim:
na Semana Santa
vou diamantinar,
ver os tapetes,
ouvir a banda,
me encantar com a Guarda Romana,
me arrepiar com o canto da Verônica,
seguir a procissão
em segredo
em silêncio
pra não incomodar a história,
nem acordar o belo
que dorme em cada canto
nos braços macios
da mulher Diamantina.
Vou lá humildemente
renovar minha fé,
pois tenho um profundo caso de amor
com a cidade,
um amor poético e visceral.



Ivo Pereira
Do livro O silêncio da escuridão (2014)


O grito das ruas




Hoje as crianças
levantaram agitadas
mascarados
com paus,
pedras
e bombas nas mãos
mãos lisas
sem nenhum calo
as portas do país
abriram tumultuadas
meninos ricos
desocupados
moleques ao meio de agitadores
sem ter o que fazer
saíram pras ruas
- Tiradentes foi morto
e outros presos
por 20% de imposto
e os meninos classe média
pedem 20 centavos
na redução das passagens
mas eles não usam ônibus
andam de carros importados
mas vão pras ruas jogar bombas,
quebrar coisas:
lojas,
bancos,
bens públicos
seguindo a cartilha
- Proudhon revisitado,
atrapalha o mundo -, 
usando o direito de manifestar
e quebrar o país
atrapalhando a vida
de quem trabalha
a cada passo que dão em blocos
bestas bando de bagunceiros
pisando na democracia.



Ivo Pereira
Do livro A percepção das coisas (2014)
Desperdícios brasileiros



1. Carnaval

Em março começa o barulho,
BH antes silêncio,
agora um saco,
um entulho.
O que precisa no país
é pular a festa da carne,
de longe
até que é bom
de se ver.
Aproveite a festa pra visitar os hospitais.


2. Futebol

Em junho a tal da Copa.
O que falta no país
é política pública:
um bando de marmanjos
correndo atrás da bola
e milhões vendo
os recursos públicos no ralo
e ainda vibram com o gol.
Aproveite o jogo pra visitar as escolas.


3. Eleições

Em outubro mais lixo pelas ruas,
pela tevê, palavras ao vento.
O que não falta no país
é enganação,
mais um ano de mentiras
onde o povo elege fantasmas
de mentes vazias de Brasília
Panis et circenses
barrigas vazias
e muita palhaçada.
Aproveite a farsa
pra exercer a democracia.



Ivo Pereira
Do livro de poemas A percepção das coisas (2014).

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Seis poemas de Ivo Pereira do livro A cabeça fria do cometa azul (1980/1990)



Mudanças



pássaro que voa
no horizonte aberto
pode estar bem certo
que o tempo vai mudar
não há tempestades
no sul do meu país
essa é a liberdade
ser livre e ser feliz
vem sem medo
sem defeito
não há mais a repressão
não se julga
o que foi feito
tens agora
o meu perdão
se me cortam
se me cortam
essas asas
muito mais
muito mais
alto voarei
amanhã
quem sabe um dia
minhas penas soltarei
na liberdade plena.


Alvaave



Um ser alado
Criatura dos ventos
Voa
Rumo à janela
Aberta de poesia.

É leve o voo da ave
Alvas penas
Pousando no ninho
Secreto
Dos versos.

Uma pena
Entrou na casa.
É suave
A ave em seu voo
Na direção das rimas.

Ave alva
É paz
Pomba serena
Em seu voo pleno
Pena no bico
Sinal de esperança.

Uma alma alada
Essência de pluma
Pousou suavemente
Ave rara
Alva ave.



O vento tocou meu coração



O vento passou aqui
E beijou os meus cabelos
E arrepiou minha pele morena,
Tocou levemente meus seios
E levou minha alma serena.

O ventou passou suavemente
E tocou o meu coração,
Mexeu profundamente comigo
E despertou minha emoção.

A resposta do amor
Não está apenas no vento,
Está na suavidade da flor
E em meus sentimentos.

O que sinto o vento
Levou para o infinito.
Meu canto é um lamento
E um doloroso grito.

O vento passou por aqui
E me levou junto com ele...!



Fruto da terra



As pedras que rolam
no rio das cores
são pedras que choram
no meio das flores.

Lágrimas caem
cheias de amores
cristais que cantam
refletem as dores do povo.

Paisagem do Vale
me conte as vitórias
das velhas cidades
das novas histórias.

O povo mineiro
que mora na serra
vive a sina
de ser o fruto da terra.




Feras e colibris



Hoje vou tomar um porre,
Pois viver é fundamental.
E vou escrever poemas
E sair pela rua dessa vida.
Hoje eu não quero rir,
Vou chorar pensando em você
E quando a manhã chegar,
Vou cantar para não sofrer.

E por falar em tristeza,
Onde anda a beleza que confunde
Que faz das feras colibris
E Orfeu de longe luz.
E o amor se existe
A gente esconde
E felicidade que é bom
Foge não mais que de repente
Dos olhos das mãos
E dos corações
Da gente...da gente.

E o amor se existe
A gente esconde,
Pois faz das feras colibris
E Orfeu de longe luz.




Balada para um poeta solitário



poeta quando se apaixona
escreve feito desesperado
pensando na imortalidade.
A ambição do novo homem
não é dom dos imortais.
A musa não é real
e vive escondida entre os sonhos.
A fantasia é um fruto raro
que nasce na imaginação.
A alma é uma luz branca
que viaja num cometa azul.
O sono é um pássaro verde
que voa no silêncio da escuridão.
O copro não tem mais sangue
e o caráter é sujo demais.
O fino laço do destino
cruza a linha da vida:
poeta morre na solidão.




Cinco poemas de Ivo Pereira do livro A cabeça fria do cometa azul (1980/1990)



Hino



cantar as catedrais
e badalar os sinos
as coisas naturais
desse chão
louvar os madrigais
nas ruas e os becos
serestas matinais
no sertão.

Minas,
Minas de pedras.
Minas,
das paisagens.
Minas,
montanhas e serras,
Minhas
Minas das terras.



Aldeias



levantar cedo
pegar estradas
ver as montanhas
ver as aldeias
ver cachoeiras
e te procurar.

Catar pedrinhas
roubar as flores
dormir na rede
curtir a sombra
matar a sede
e sonhar com você.




Milho verde



Igreja do Rosário
delicado cemitério
fascinante paisagem
a sombra do Itambé
arbusto rasteiro
mágico momento
lá no horizonte
a primeira estrela.
Lajeado vai pro mar
sempre-viva
sempre bela
sabiá canta a manhã
por do sol
abraça a vida.
Lá no céu
de muito longe
estrela cadente
grama verde
casa calhada
mãos sofridas
paredes de tabatinga
telhas antigas
um belo sonho
olhos de anjo
no silêncio profundo
encantado lugarejo.



Tarde



um menino em cima da árvore verde
solta o grito do esquecido tarzan
rumo à tarde quente do domingo oco
e para ante o eco mudo, seco e surdo.

O mormaço sobe do solo febril
e o tempo para assustado na solidão
ante às infinitas palavras tortas
que vêm ao poeta pobre de agosto.

As palavras se movimentam rumo ao vazio
e o som do silêncio se propaga no vácuo.
A alma do artista congela o medo do frio.

O tempo come o absurdo da fama
deixando os negativos do tempo
queimando na triste insensatez da lama.




Momento



olhos abismados
cara de anjo
tempo vadio
rua molhada
céu estrelado
pé na estrada
a namorada
a bela flor
verso alado
noite
vazio
cheiro de terra
grilos cantando
com a viola
leva contigo
o menino
tão pequenino
a chorar.


Fuga



a tarde cai
na varanda da casa
e fica no muro
quando chega a noite.

Morena pensa
no amor
na cidade
e vem o solução
quando o galo canta.

Chora triste
e lamenta o desejo,
pensa se existe
a sua canção,
se ama sozinha
na solidão.

Quem sabe
o segredo coração?
Quem sabe
os mistérios da ilusão?
É o seu frágil desejo.

Corujas tecem
seu anoitecer
enquanto o sono
vem buscar o sonho

da menina na varanda.