Sete poemas de Ivo Pereira do livro Rabiscos marginais (1974/1984)
Vadio
Rua
sem rumo
E
pedras no caminho.
Pássaro
nudo
Fora
do ninho
não
canta na muda.
Fala
de lixo
A
lata de luxo:
Sou
eu
Ou
é o gato vadio
Medindo
a rua
Esburacada
No
abandonado
Do
destino.
Fuga
Às
vezes
Eu
tenho
A
impressão
De
não estar
Aqui
comigo mesmo.
Sinto
A
dor aguda
Do
ser
Perdido
No
tempo.
Raiz
Amar
O
perdido no coração sofrido
Já
cantou o velho poeta
Nos
tempos das descobertas
Amar
É
a rama
Da
planta
Que
busca
A
seiva do coração
Seco
de paixão
Quando
sentiu sua presença
No
primeiro
E
único olhar.
Forma
A
poesia
branca
no
branco
pousa
pomba
branda
suave
sobre
o
papel.
O
papel
marlon
brando
fura
a
folha
a
ponta
da
caneta
arma
branca
do
poeta.
Semente
Rever
o verde
É
ver do ser
A
memória
Frente
a frente
Já
madura:
Poesia
Se
come lentamente
Feito
fritura
Com
imagens e figuras.
Sina
Poeta
é aquele
Que
morre
Todos
os dias de solidão
Que
corrompe com amor
Seu
desgraçado coração
Que
come fissuradamente
A
mulher de um sonho real.
A
vida fica triste
Quanto
morre um poeta.
Que
devia ser imortal.
Destino
No
descuido
De
andar,
Sem
runo
E
onde chegar
Me
perdi,
Entre
ratos
E
desertos
Entre
putas e virgens
Entre
padres e santos
Entre
homens e bandidos
Entre
o amor e a paixão
E
traí meu frágil coração.
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